Tão obscuro

Há momentos em que queremos convencer alguém que a gente ama de algo sobre as relações, sobre seus erros ou seu ponto de vista equivocado, porém a pessoa está muito convencida de que está certa. Mais do que certa, ela está cega. Já tentaram tirar alguém da cegueira de uma obstinação? Já relutaram tentando iluminar a cegueira de uma paixão? E a cegueira de um mito? Loucura, insensatez, fanatismo escondem-se num “manto breu”, tão escuro, que a pessoa não se vê. E não se vendo, não se liberta do engano e da confusão. E a argumentação não tem fim, a razão não se ilumina e a reflexão não se acende.

Estamos aqui, eu e sua objeção

Ou serei, eu, a refutação?

Serei a réplica? A tréplica? E a indagação?

Serei eu o beira-mar calmo e você a onda?

Ou seremos a rajada de vento da ventilação?

Há quem diga que o sábio não discute o tolo.

Mas, quem é o tolo? E de onde venta a sabedoria?

Há quem diz que o escuro aprisiona a razão.

Há fineza e rudez na imensidão?

Seria o caso de existir escuridez pela emoção?

Há quem fale da cegueira do amor, do desejo e da paixão.

Há quem acredita em fascínio de ilusão.

Eu “mar calmo”, às vezes, sou avesso à ficção.

Mas, se estivesse eu possesso, apaixonado, desmedido de razão?

Não seria ao contrário, você, essa indagação?

A quem diga que em toda discussão de amor há, pelo menos, dois tolos.

Não há nunca verdade nos tropeços de uma paixão.

Fábio Alvino
Enviado por Fábio Alvino em 23/04/2021
Reeditado em 05/04/2022
Código do texto: T7238958
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