Tão obscuro
Há momentos em que queremos convencer alguém que a gente ama de algo sobre as relações, sobre seus erros ou seu ponto de vista equivocado, porém a pessoa está muito convencida de que está certa. Mais do que certa, ela está cega. Já tentaram tirar alguém da cegueira de uma obstinação? Já relutaram tentando iluminar a cegueira de uma paixão? E a cegueira de um mito? Loucura, insensatez, fanatismo escondem-se num “manto breu”, tão escuro, que a pessoa não se vê. E não se vendo, não se liberta do engano e da confusão. E a argumentação não tem fim, a razão não se ilumina e a reflexão não se acende.
Estamos aqui, eu e sua objeção
Ou serei, eu, a refutação?
Serei a réplica? A tréplica? E a indagação?
Serei eu o beira-mar calmo e você a onda?
Ou seremos a rajada de vento da ventilação?
Há quem diga que o sábio não discute o tolo.
Mas, quem é o tolo? E de onde venta a sabedoria?
Há quem diz que o escuro aprisiona a razão.
Há fineza e rudez na imensidão?
Seria o caso de existir escuridez pela emoção?
Há quem fale da cegueira do amor, do desejo e da paixão.
Há quem acredita em fascínio de ilusão.
Eu “mar calmo”, às vezes, sou avesso à ficção.
Mas, se estivesse eu possesso, apaixonado, desmedido de razão?
Não seria ao contrário, você, essa indagação?
A quem diga que em toda discussão de amor há, pelo menos, dois tolos.
Não há nunca verdade nos tropeços de uma paixão.