O brilho do vosso encantamento.
Se pudesse voltaria aquele tempo, quando a minha alma era de menino, para poder entender o instante que o futuro levou, deixando na clandestinidade da minha memória a vossa substancialidade.
Queria apenas compreender o sonho que voou preso a uma nuvem branca que o vento destruiu.
Se tivesse poder teria feito a terra parar de girar, o brilho do sol continuaria fazendo o passado ser o presente, com efeito, viveria a eternidade.
Deste modo, seria a minha exuberância, contemplaria o vosso encanto, sendo o seu indelével afeto, ofereceria a sua pessoa a doçura dos meus lábios, a ternura da minha complacência, você conheceria o meu mundo apodíctico.
Se pudesse faria o instante ser eternamente aquele momento, agora sinto a distância, como se a realidade não fosse o passado, sinto o sonho das recordações.
Como seria bom se o tempo tivesse de fato parado, o futuro não fosse um novo presente.
Agora sei que velho instante não poderá ser o passado, queria olhar o infinito e beijar a vossa imaginação, sentir o brilho do sol, encantando com a beleza da vossa imagem.
Jamais poderia ter partido, esquecendo o tempo que ficou muito atrás, como se no amanhã o sol pudesse nascer naquele instante.
Se pudesse reviveria outra vez, exatamente o velho sonho, talvez o único construído na cognição, representada na interpretação, a vossa afeição apolínia.
A hermenêutica das ilusões.
Infelizmente o tempo partiu levando a alma presa nas ondulações das recordações.
Agora sinto apenas o desejo do brilho perdido na respiração de um coração partido.
Se tivesse algum poder, faria aquele momento ser o instante repetido nas áureas do encantamento.
Esqueceria a saudade porque o presente seria a eternidade das emoções guardadas na memória formatada.
Se pudesse jamais teria partido, não sei se posso explicar exegeticamente as metáforas, todavia, o meu desejo apofântico.
Entretanto, se voltasse sentiria o esplendor do sentimento encantado,
a felicidade seria a paixão recordada na essencialidade do grande afeto.
Porém, nada disso é possível a não ser a recordação perdida no brilho da alma.
Longe tal qual é o desejo que não substanciou o futuro, a felicidade um instante perdido solitariamente na memória que distanciou-se dos momentos recordados.
Entretanto, você continua sendo a episteme da minha substancialidade reconstruída por meio de um novo tempo , sendo a esperança do velho instante, a essência do meu ser metafisicado, destinado a vossa contemplação.
Edjar Dias de Vasconcelos.