REFLEXOS
Caminhos riscados na ponta de um casco esfolado
Sobre a poeira que ficou como testemunha
O mundo em seu caos derradeiro adormece
Mordido pelos nossos dentes autofágicos.
Certos que seremos ignorados por qualquer história
O vento não varre nossa angústia que tritura o coração
Teus olhos vermelhos não conseguem enxergar saídas
O mundo, apesar de vasto, é um labirinto sufocante.
Cuidado com as armadilhas pela trilha coerente
As miragens se confundem com as esperanças
Eu viajo sozinho pelo vale da incerteza
Qualquer vida nesta terra é um ponto de interrogação.
Caminhos que nos levam apenas a mais uma fuga
Desse desespero que assola o cotidiano inesperado
O mundo suspira em busca da última dose de oxigênio
Ferido pelas nossas guerras fraticidas só por comércio.
Certos que seremos engolidos pela hipocrisia que vicejou
Sobre nossos escarros de alienação à palavra que induziu
Teu hálito fétido busca o beijo que trará migalhas de prazer
Ao corpo que serpenteia entre as possibilidades escassas.
Cuidado com o que vai dizer quando tua boca abrir
Pela última vez sobre a terra que se abre diante de ti
São reflexos das crateras que há em teu coração
[embrutecido
Por você não ter dado atenção àquela flor que te pediu
[socorro.