O esconderijo da existência.
Eu não sou nada, nunca fui, jamais serei, não é esse o meu propósito, não tenho o referido desejo em ser algo, pelo fato de ser em síntese o princípio da incausalidade.
Tenho os lábios dóceis, inefável é a face do meu rosto, sinto em meu corpo, o encantamento do infinito, sei como foi feito o cosmo, entretanto, entendo a inexistência do universo.
Deste modo, sou a própria não teleologia, como é magnífica a referida proposição, ainda sou o medo de ser alguma coisa, porém, a felicidade da certeza de não ser nada, que esplendor exegético, a magnitude do meu éskhatos.
Não tenho dentro da minha existência nenhum sonho, sei que o mundo é torto, errado, o que é certo, exatamente o que não tem sentido de ser, a mentira como construção da verdade, heurística episteme metafórica.
Muito bom ser deste modo, assim sendo, consigo libertar dos pre conceitos culturais, entendo que o mundo é definido por hermenêuticas infundadas, fenômenos incompreensíveis, as ironias metafísicas.
Assim sendo, posso não ter uma razão logocêntrica, a minha cognição define-se por dialéticas complexas, na superação das tríades hegelianas, entretanto, não sou puramente cartesiano.
Não posso desejar ser, pois o sonho é a metafisicação da existência, o mundo só é louvável por não ter finalidade, a morte apenas o desaparecimento, quando somos esquecidos não existimos.
Deste modo, sou livre cognitivamente, entretanto, a minha liberdade a mais absoluta estupidez, entretanto, é assim a realidade ontológica.
Todavia, consigo não ser gado, mesmo sendo levado ao matadouro, sabe o que é ser abatido, antes da engorda, em nome da pastagem, porém, não vivo o delírio do solo improdutivo, o meu logos hilético tem compreensão idiossincrática.
A única existencia possível o infinito aberto, cheio de incandescência, o azul brilhante, enquanto existirem o mar e as florestas, o sol produzindo energia de hidrogênio.
Naturalmente complexidades de universos paralelos, supostos paraísos não decifráveis, porém, não sou adepto da metafísica, sei que a única prevalecência o silêncio.
Eu sou o esconderijo da minha existência, enquanto durar as ilusões apodíticas, na superação do mundo apofântico, sendo a loucura o modus de compreender a normalidade.
Edjar Dias de Vasconcelos.