À BEIRA DO RIO
passa água no rio
e leva e traz,
deságua na foz
e nós seguimos
parados no cais.
liso espelho
que desliza,
lágrimas
que escorrem,
embargam a voz
nesse imenso rio.
solistência
que na canoa
vive ecos
do homem
a vagar à toa.
vai e volta
a vida
pelo rio à fora,
à sombra da palavra,
sobe e desce
nessa proa.
*solistência - solidão da existência de tudo que vive.
(Inspirado no conto “A terceira margem do rio” de Guimarães Rosa. Imagem: Rio São Francisco, pintura de Frans Post, 1638)
passa água no rio
e leva e traz,
deságua na foz
e nós seguimos
parados no cais.
liso espelho
que desliza,
lágrimas
que escorrem,
embargam a voz
nesse imenso rio.
solistência
que na canoa
vive ecos
do homem
a vagar à toa.
vai e volta
a vida
pelo rio à fora,
à sombra da palavra,
sobe e desce
nessa proa.
*solistência - solidão da existência de tudo que vive.
(Inspirado no conto “A terceira margem do rio” de Guimarães Rosa. Imagem: Rio São Francisco, pintura de Frans Post, 1638)