GUERRA DOS FARRAPOS


Não é tempo de festas,
Não é tempo de comemorações,
Não é tempo de risos,
Somente construções de caixões.

O próximo seja preservado como
Um Castelo, uma Fortaleza.
Um olhar generoso ponha o pão
Sobre a tua mesa.
Que os reis das famílias,
Desçam da realeza.

O trabalho seja nobre sem unir
A pobreza.
A comunidade se desarme e mostre
Toda sua beleza.
A mãe não troque o leite do filho,
Por um copo de cerveja.
A ansiedade não sobreviva e a
Fé desapareça!

A esperança acenda sem dar
Lugar a fome.
As lágrimas nos olhos correspondem,
As atitudes sem defesas.
Que haja também um pouco
De água em todas as geladeiras.
Que as sobras de comidas não possam
Ser lançadas todas em lixeiras.

O céu não possa fechar sobre
A tua cabeça.
O amor não possa esfriar;
Sem clima para delicadeza.
O alimento não pode nadar,
Dentro de um prato de sobremesa.
Esses gritos e gemidos possam ser
Ouvidos por todas as redondezas
E nações!

Que o coração se rasgue 
Com tanta vergonha.
A humilhação se transforme 
Em canto de guerra.
Os pés não caminham para o lado
Ao contrário.
Sairemos todos vivos dessa guerra
Dos farrapos.
Pandemia!


 

Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 02/04/2021
Reeditado em 22/01/2024
Código do texto: T7222537
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