Homenagem a Raul Seixas: Interpretação da Letra Maluco Beleza.

Uma crítica à sociedade política da época, não é possível acreditar nos modelos de governo.

O Brasil não tinha perspectiva em nenhuma das direções,

direita ou esquerda, entretanto, a direita terrivelmente cruel.

Liberalismo econômico ou coletivismo de Estado, o Brasil um país tolhido pelo espírito não cognitivado.

Você vai entender a minha nova canção, quero sentir a sua liberdade como fundamento das minhas emoções, entretanto, o meu sangue não é apenas testosterona.

Raul crítica o cidadão despolitizado, a razão instrumentalizada, não há motivo para depositar esperança em um regime de exceção.

Liberalismo antidemocrático, concentrador de renda, produtor de um mundo abobado.

Relações psicopáticas, motivos pelos quais faço o meu esforço para poder ser normal.

Anormal é a cegueira deste mundo, a escuridão branca das antigas epistemologias, não desejo ser exatamente igual, o meu olhar tem outra lógica apofântica.

Não vou dar legitimidade a sociedade política de domínio, não vou substancializar o fundamento do loucura política.

O meu substrato, pertence a outra dialética, não darei essencialidade a essa ideologia, motivo pelo qual sou maluco beleza.

Viverei diferente porque não sou igual, não estou mergulhando nesta destruição, entretanto, sou o sorriso do seu encanto, sendo você a exuberância do meu destino.

Este mundo é a perdição, não serei a nova destinação, recuso o comportamento de rebanho porque não sou gado, dispenso a pastagem, não caminharei em direção ao abate.

Posso ser considerado maluco, todavia, a minha loucura é bem vivida, longe de qualquer perspectiva militar, busco a construção de outra hermenêutica, o meu método recusa a identidade propositada pela chibata.

Vivo o delírio, porque não aceito a loucura fundamentada na democracia de fachada.

Longe do meu afeto a mentira, deste modo, aprendi ser louco, a mais indelével ternura.

Gosto do brilho dos seus olhos, você é o esplendor da minha alma, o seu sorriso a doçura dos meus lábios.

Entretanto, não estou anestesiado, a vida reflete o real, este mundo não tem futuro, porém, contemplo a vossa inefável beleza.

O meu sentimento apolíneo fundamenta em outra realidade, deste modo, define a filosofia assertórica, não envolverei ideologicamente com o velho conceito de normalidade, pois não tem substancialidade.

Sou o meu dono, magnífica proposição, sei dar ordem a maluquez, motivo pelo qual tenho outra exegese.

A minha lucidez é quase total, quanto mais penso, entendo as loucuras deste solo.

O mundo pós contemporâneo, fundamenta-se na embriagues do capital, entretanto, você é a essência da imaginação do meu ser.

Sei hermeneuticisar as ideologias do mal, compreendo o mundo de Nietzsche, faz tempo que esqueci Platão.

Estou aqui ainda posso te amar e oferecer ao vosso encanto, a heurística epistêmica.

Entretanto, você precisa compreender a ternura, a incandescência da face do vosso rosto, reflete a luz do meu olhar.

A minha loucura é outra, funciona por meio de uma nova lucidez, tenho coragem, motivo pelo qual estou destruindo a velha imaginação, não aceitando a contemplação superada, assim sendo, não vivo o delírio.

Ser rejeitado qual é o problema, o meu caminho direciona e uma nova adesão, superei o antigo habitat, a lógica pela qual sustenta a lucidez, portanto, maluco beleza, rejeição total.

A minha escolha é decidida por mim, canto outra canção, o barulho é o meu silêncio, todavia, você é a mais doce dignificação, a vossa essência a grandeza do meu ser, faria de tudo para você construir a verdadeira cognição.

Tenho que caucionar a destinação, a passagem será breve, deste modo, terei poucas ideologias, ninguém vai me controlar, sei por onde devo caminhar.

A velha idiossincrasia não vai substanciar minha maluquez, porque sou maluco normal, o mal deste mundo define-se pelo fato do normal ser delírico.

Este mundo é esse mundo, as falsas perspectivas, recuso a ilusão, muito sábio poder viver a loucura, consigo com sapiência construir a lucidez.

Dessa forma vou me definindo com a minha maluquez, sendo lúcido, sem mergulhar em ilusões, tudo que posso dizer você é o fundamento do meu encantamento.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 02/04/2021
Reeditado em 02/04/2021
Código do texto: T7221848
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