DESPEDIDA
Lembro-me do ombro em que muito chorei
E também das mãos às quais confiei,
Vem-me também à memória
As histórias às quais me joguei,
Mas assim como a própria vida,
Tudo tem começo, meio e fim.
Há boas lembranças,
Mas também há “tranças”
Amarguras e “danças”
De um vai e vem.
Não quero mais viver isto!
Por isso insisto
Em querer apagar
Antes mesmo de estragar
As poucas lembranças boas
Às quais num flash
Eu assisto.
Tu morreste em mim!
E qualquer vestígio que resista,
Espero que se vista de morte,
Pois, não quero essa pobre sorte,
De viver esse eu
Que um dia, fui.
Despeço-me de mim
Ou de um eu
Que chegou ao fim.
“Morri” para renascer
E fazer florescer
O melhor de mim.
Ênio Azevedo
(Mera poesia)