O tempo segue em fúria
O tempo segue em fúria
Dilacerando minha carne
E tudo que ante dele se depare.
Mata o que um dia foi criança
Então entendo que ser feliz
É não ter esperança.
Tento monta-lo,
Assim como se fosse um cavalo
Sabendo que um dia, com toda certeza,
Serei derrubado.
Mas enquanto me for permitido cavalga-lo
Como se não houvesse ontem
E o amanhã ainda não me fora dado
Comerei a prato pleno,
Sem me fazer de rogado.
Pois que cada instante é um presente,
Cada suspiro, um ato mágico.
A luz que queima minha face,
O vento que sopra minhas narinas,
O fogo que arde em meu coração,
Tudo isso pode desaparecer de repente
Inexoravelmente
Sem nenhuma explicação.