JUIZ LADRÃO III
A Justiça é cega,
Quando não enxerga
O clamor
De um injustiçado;
Surda, quando
Não escuta
As súplicas
De um inocente;
Muda, quando se cala
Frente à agressão
Sofrida por alguém
Que recorre à Lei
Para por ela
Ser socorrido,
E lhe é negado direito
De defesa.
A Justiça fala,
Escuta e enxerga,
Quando não se ajusta,
À custa
De ouvir a voz
Das ruas,
Nem o ronco
De pressões
Maledicentes externas,
Cujo desiderato
Não fica barato
À honra dos preceitos legais:
Sabe-se a que se presta!
A única voz que deve escutar,
É a própria voz da Justiça,
O que está insculpido
Na Carta Maior da República!
A Justiça às vezes é cega,
Surda e muda.
Mas não é burra.
Sabe o que é magistrado
Que se porta
Qual adversário
De quem julga :
Marca pênalti
Que não foi pênalti,
Segundo o Var.
Ele mesmo bate.
E conemora o gol ilegal ,
Feito com a mão,
E ainda ele, o juiz, que era zagueiro,
Goleiro, atacante , técnico,
Se encontrava
Em flagrante impedimento.
Rir-se a turma que o secundava:
"Não tinha provas.
Mas tinha convicção ",
Isso lhe bastou,
Para exarar a sentença.
Ensaiava
E combinava
Com o técnico adversário
Jigadas para prejudicar
A quem sempre teve
Por inimigo,
E no sacrário das ilegalidades,
Às quais sempre gozou
De plena impunidade,
Denotava-se na sua ação deletéria
Instrumentalização do Judiciário,
Violação do direito
De defesa do julgado.
Proferiu, a reverso
Da Justiça, sentença plena
De nulidade,
Por quebra de parcialidade,
Em tantos atos demonstrados,
Restando provado
Ter sido
O que se abomina
Na roda futebolística: juiz ladrão!