A metáfora de um delírio continuado.
Esqueça amigo, por favor esqueça, sei que o vosso habitat é outro, não é possível entender o Campus a não ser dentro da vossa caverna.
Você é a vossa habitação, o seu cérebro é o vosso mundo, se não for destruída a cratera a qual habita, você será o seu próprio escravo.
Entretanto, o vosso mundo é tão somente um orifício, o resto é sombra, a sua luz é escuridão, o que você consegue enxergar apenas um pequeno ponto azul preso ao infinito.
A realidade então parece ser paredes sobrepostas provocando uma imensa tempestade, o resto trovões.
Quando chega a noite, o hidrogênio desaparece, você desesperadamente pensa, os olhos não existem.
Deste modo, funciona a vossa cognição, este é o seu mundo linguístico, a sua memória estende até ao final do orifício.
Dorme e acorda a qualquer instante, não percebe o movimento dos extremos, desconhece a realidade dos eixos, os opostos sobrepostos.
Com efeito, o tempo não passa, no entanto , envelhece, não sabe que além da vossa caverna o que há apenas o vácuo.
Então, os vossos olhos adormecem, como se a realidade fosse uma interminavel noite.
Reza e aquece, tem a crença na existência de uma utopia que não seja a vossa caverna, a intensidade da madrugada a única esperança.
Dorme e não acorda, deste modo, o tempo não passa, todavia, você desaparece.
Edjar Dias de Vasconcelos.