A metáfora de um delírio continuado.

Esqueça amigo, por favor esqueça, sei que o vosso habitat é outro, não é possível entender o Campus a não ser dentro da vossa caverna.

Você é a vossa habitação, o seu cérebro é o vosso mundo, se não for destruída a cratera a qual habita, você será o seu próprio escravo.

Entretanto, o vosso mundo é tão somente um orifício, o resto é sombra, a sua luz é escuridão, o que você consegue enxergar apenas um pequeno ponto azul preso ao infinito.

A realidade então parece ser paredes sobrepostas provocando uma imensa tempestade, o resto trovões.

Quando chega a noite, o hidrogênio desaparece, você desesperadamente pensa, os olhos não existem.

Deste modo, funciona a vossa cognição, este é o seu mundo linguístico, a sua memória estende até ao final do orifício.

Dorme e acorda a qualquer instante, não percebe o movimento dos extremos, desconhece a realidade dos eixos, os opostos sobrepostos.

Com efeito, o tempo não passa, no entanto , envelhece, não sabe que além da vossa caverna o que há apenas o vácuo.

Então, os vossos olhos adormecem, como se a realidade fosse uma interminavel noite.

Reza e aquece, tem a crença na existência de uma utopia que não seja a vossa caverna, a intensidade da madrugada a única esperança.

Dorme e não acorda, deste modo, o tempo não passa, todavia, você desaparece.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 21/03/2021
Reeditado em 21/03/2021
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