Agora
Ó passado que me ausenta.
Ó futuro que me distrai.
O presente aqui na frente,
desatento deixo passar
Desalinhado com os ponteiros,
ora à frente ora atrás.
Por que será que desprezamos
o presente que nos é dado?
Ou são forças que nos deslocam
num cabo de guerra a disputar?
De um lado ansiedade e preocupação,
de outro mágoa e lamentação.
O agora nos move
ou ele não se mexe?
Ou é a gente que se afasta
fica longe e o perde?
Só sei que ele não se importa.
Acho que é porta, iluminação,
mas longe dele tudo é escuro.
E assim não vemos com o coração.