MORDENDO A VIDA

Se você me perguntar sobre sentimento,

Estou calado em minha paúra,

Tocado por uma agrura,

Suplicando ao universo por ajuda,

Para curar a dor que agora é aguda.

Se você me perguntar sobre meu pensamento,

Vida, me toque como se eu fosse um instrumento e libere a canção,

Ressuscita os sonhos, devolva os abraços e a satisfação,

Para que não caia no esquecimento de nossa nação

Os tempos onde sorríamos em cada estação.

Como continuar caminhando com os sapatos desamarrados,

Nesta procura desenfreada de solução,

Como prosseguir sentindo que o peito é um alvo desprotegido,

E os pensamentos se perdem nos berços da confusão.

Quanta força perdida enquanto procurávamos a própria força,

Quanta esperança desnutrida a espera de comida para se alimentar,

Como reconstruir aquilo que se destroça,

E como elevar os pensamentos às alturas, se as asas estão fracas para voar.

Uma hora o fim chega e o universo nos brinda com um recomeço,

Só espero que este dia esteja mais próximo, pois a cada hora eu pereço,

Enquanto o coração sangra com as dores compadecidas,

Enquanto se dissipa a coragem eu sigo mordendo a vida.

E agora eu espero o alívio que será bem-vindo,

Para organizar a tempestade de sensações que estou sentindo,

E novamente um abraço nos conectar,

E assistir o amor vencer e nos reaproximar.