Sou apenas um menino da roça da cidade de Itapagipe.
Sou apenas um menino, nasci na roça, andei de carroça, carro de boi, caminhei pelo mato, todavia, tive os melhores professores do mundo.
Entretanto, interrogava, por que existe o mundo, quando era para existir apenas o vazio, frio, escuro e desértico.
Um menino muito simples, absolutamente caipira, sonhava saber qual a razão do mundo existir.
Um menino que estudou Filosofia, Psicologia, aprendeu psicanálise, um menino que sonhava entender Marx, Darwin e Nietzsche.
Marx, Darwin e Nietzsche, os três sábios do mundo, um menino que procurou entender Sartre, o fundamento da existência, O ser e o nada.
Um menino que estudou Horkheimer, a razão de instrumento, um menino que sempre gostou de Foucault, dedicou a compreender Derrida, a razão logocêntrica.
Por que o homem é o seu cérebro, assim sendo, não consegue superar o princípio de identidade, deste modo, não perde a infantilidade.
Um menino que decidiu ser tudo, para tal não poderia ser nada, sonhava em ter apenas sabedoria.
Aprendeu Biologia sintética, Física quântica, os fundamentos da Astrofísica, como formataram os universos paralelos.
Um menino que conseguiu formular duas grandes teses, sendo a primeira inteiramente original, O fundamento do princípio da incausalidade, como anti matéria transformou- se em matéria possibilitando o surgimento dos múltiplos universos paralelos.
A segunda tese como originaram os múltiplos cérebros, a partir das diversidades das memórias, transformando o homem em multi cultural.
Um menino que estudou todas ideologias do capitalismo, o liberalismo econômico, neoliberalismo e social liberalismo.
Um menino cujo sobrenome, Vasconcelos, mesmo a distância nunca esqueceu sua genealogia.
Sabe o que é perder tudo, todos, estudando a bíblia, a história de Roma, dos povos mesopotâmicos, Egito e Israel, a verdadeira história de Moisés, quem de fato foi Jesus Cristo, construindo hermenêutica, desejando a reconstrução da história política.
Um menino que sempre encontrou grandes pessoas em sua vida, motivo pelo qual conseguiu estudar em boas universidades, entretanto, jamais perdeu a simplicidade daquele que andava de carroça.
Hoje o menino com um bom processo de síntese acumulado, compreende a realidade do mundo.
Entende que a roupa é velha demais, o colorido do sol está perdendo hidrogênio, no mundo faltará oxigênio.
História foi repetindo em forma de tragédia, a subcultura impondo como cultura, o cérebro como produto do meio, como as pessoas simples são ingênuas, acreditam na metafísica dos enganadores, o mal do mundo são os pregadores.
Deste modo, o menino deixou de ser contemplador da anti razão funcionando como razão.
Hoje o menino que não é mais menino, reflete a historicidade contínua de um passando presente na imaginação destruída, de um novo instante velho demais.
Sem compreender como deve ser construída a nova razão, entretanto, sabe entender o quanto o habitatus é bobológico.
Edjar Dias de Vasconcelos.
Edjar Dias de Vasconcelos