Rasgando rascunhos
De novo o novo vem repetindo o velho
A mesma roupa, a fala mansa
O olhar matreiro,
A fala ensaiada.
A alma se despe por completo
Velhos clichês, velhas manhas
E as manhãs se acendem
Em ascensão sigilosa, o vidro opaco
Dias a mais, textos iguais
Silêncio, empáfia, desprezo
Brota a luz no cinza do céu
E o papel se enche de graça.
Pára o trem na mesma estação
Como num dèja vu sem nexo
Perplexo ante a estupidez
De se colocar na pequenez sórdida
Do conforto da distância.