Indecisão
Dois caminhos a frente
Duas decisões a tomar
As águas correm para o mar
No fim, a estrada é só uma a trilhar
Escolher, escolher, escolher
Qual caminho devo seguir?
Em qual horizonte vejo mais?
Não sei a qual destino chegar
Mangas curtas, dedos estirados
Cabelo preso, anéis apertados
Reflito e reflito
Não sei o que fazer
Não sei o que esperar
Não vejo como almejar
Esperança devia ser verbo
Para mim, nem substantivo
Não sei nem o que é diferente
Nem o que é igual
As vezes são as mesmas coisas
O céu é sempre o mesmo
Mesmas palavras, frases que já escutei antes
Mesmos elogios, mesmos pensamentos
Mas e o sentimento?
Nem eu sei o sinto
Não sei como vou terminar o poema
Não sei o que continuar escrevendo
Um turbilhão de emoções me inunda
Perco-me dentro de mim
Sem forças para ir embora
Sem forças para ficar
Sem forças para decidir
Sem forças para existir
Segue em as páginas sendo preenchidas
Outras coisas continuam vazias
Eu devia parar de escrever
Não consigo voltar a realidade
Quando hei de decidir?