Indecisão

Dois caminhos a frente

Duas decisões a tomar

As águas correm para o mar

No fim, a estrada é só uma a trilhar

Escolher, escolher, escolher

Qual caminho devo seguir?

Em qual horizonte vejo mais?

Não sei a qual destino chegar

Mangas curtas, dedos estirados

Cabelo preso, anéis apertados

Reflito e reflito

Não sei o que fazer

Não sei o que esperar

Não vejo como almejar

Esperança devia ser verbo

Para mim, nem substantivo

Não sei nem o que é diferente

Nem o que é igual

As vezes são as mesmas coisas

O céu é sempre o mesmo

Mesmas palavras, frases que já escutei antes

Mesmos elogios, mesmos pensamentos

Mas e o sentimento?

Nem eu sei o sinto

Não sei como vou terminar o poema

Não sei o que continuar escrevendo

Um turbilhão de emoções me inunda

Perco-me dentro de mim

Sem forças para ir embora

Sem forças para ficar

Sem forças para decidir

Sem forças para existir

Segue em as páginas sendo preenchidas

Outras coisas continuam vazias

Eu devia parar de escrever

Não consigo voltar a realidade

Quando hei de decidir?

Tamyrys Hadassa
Enviado por Tamyrys Hadassa em 25/02/2021
Código do texto: T7192735
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