Saudação à morte

Passa por mim,
fardada,
batendo continência.

É forte, valente,
sempre anda armada.

Mira nos meus olhos,
não me reconhece,
mas sabe quem sou:
se vê no espelho.

Me enxerga no claro,
me percebe no escuro,
se lhe dou bom dia,
me joga contra o muro.

Me acusa de crimes,
me prende por abuso,
e mesmo calado,
sou enquadrado,
em crime difuso.
 
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 23/02/2021
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