Ainda que eu falasse a língua dos peixes
Em quinze de julho de 1965 meu pai e minha mãe estavam fazendo amor. Uma das muitas improváveis vezes que ela estava fértil, ele com vontade de fazer sexo, e a coincidência de encontrarem um tempo livre e um local disponível.
Eu derrotei trezentos milhões de espermatozoides que desejavam nascer.
Passei nove meses crescendo no acolhimento do útero, e às 18 horas do dia quinze de março de 1966 cheguei bem saudável ao Hospital Regional Prado Valadares, apesar de todas as doenças de pobre que levavam anjos diariamente ao cemitério.
Hoje faço parte dos oito bilhões de seres; dezesseis bilhões de olhos; dezesseis bilhões de ouvidos; falo uma das 7111 línguas do planeta, entendo um pouco de mais duas delas;
Escolhi me expressar através da arte da palavra; jamais saberei se o que escrevo é literatura, muito menos, poesia.
Há outros loucos que também acreditam no que rabisco: cartas ridículas de amor, rimas e versos sem valor, clichês baseados em clichês, clichês-réplicas, clichês-paródias, clichês-imitações, clichês-sofismas, clichês da vida.
Às vezes um clichês me toca, outras vezes não sinto nada; e o mesmo acontece quando o poema é inaugural...
Alguns dos meus clichês surpreendem mentes imaturas; a maioria nada move em mentes maduras. Apesar das lições, afirmar que tudo já foi escrito é clichê e dizer diferente o que já foi dito é outro clichê.
Sigo expressando como tantos anônimos e tantos conhecidos, gritando meus tortos escritos, como um louco que joga garrafas de poemas para poluir o mar, como um louco que coleta poemas no lixo, solta pipas ao vento, na vã tentativa de não morrer por falta de comunicação.
Minha vida é uma mera repetição...
Em quinze de julho de 1965 meu pai e minha mãe estavam fazendo amor. Uma das muitas improváveis vezes que ela estava fértil, ele com vontade de fazer sexo, e a coincidência de encontrarem um tempo livre e um local disponível.
Eu derrotei trezentos milhões de espermatozoides que desejavam nascer.
Passei nove meses crescendo no acolhimento do útero, e às 18 horas do dia quinze de março de 1966 cheguei bem saudável ao Hospital Regional Prado Valadares, apesar de todas as doenças de pobre que levavam anjos diariamente ao cemitério.
Hoje faço parte dos oito bilhões de seres; dezesseis bilhões de olhos; dezesseis bilhões de ouvidos; falo uma das 7111 línguas do planeta, entendo um pouco de mais duas delas;
Escolhi me expressar através da arte da palavra; jamais saberei se o que escrevo é literatura, muito menos, poesia.
Há outros loucos que também acreditam no que rabisco: cartas ridículas de amor, rimas e versos sem valor, clichês baseados em clichês, clichês-réplicas, clichês-paródias, clichês-imitações, clichês-sofismas, clichês da vida.
Às vezes um clichês me toca, outras vezes não sinto nada; e o mesmo acontece quando o poema é inaugural...
Alguns dos meus clichês surpreendem mentes imaturas; a maioria nada move em mentes maduras. Apesar das lições, afirmar que tudo já foi escrito é clichê e dizer diferente o que já foi dito é outro clichê.
Sigo expressando como tantos anônimos e tantos conhecidos, gritando meus tortos escritos, como um louco que joga garrafas de poemas para poluir o mar, como um louco que coleta poemas no lixo, solta pipas ao vento, na vã tentativa de não morrer por falta de comunicação.
Minha vida é uma mera repetição...