O LÍRICO TROPICAL
Na beira-mar
a restinga ainda existe
e resiste sobre as dunas,
entre as ondas e o luar,
nesse lugar continental
onde se vive a cantar.
Os sonhos mais belos ,
quiçá lúcidos
- delírios de vida -
quem sabe reais
ou surreais,
agora é um elo puro
nesse trem brasileiro,
no desejo rítmico
do pandeiro e do baião.
O sonho aprende a esperar
e suporta o tempo que passa
sentado à porta a delirar.
Enquanto,
o presente e o passado
seguem cegos
de mãos dadas
para um futuro,
ou se continua mudo
ou se salta
por cima do muro
mesmo no escuro.
Na aridez dos fatos
que tanto nos faz sofrer,
surge no portal do sertão
a beleza do arrebol.
O sol que arde e mata
é o mesmo que deixa
a Esperança linda
nesse verão tropical.
Amados ou não,
seguimos armados
com rosas nas mãos.
Então,
clareia o nexo
entre a restinga
e a caatingo
sob a luz desse novo olhar.
No sonho cabe tudo:
a beleza do desejo,
a dureza do dia a dia,
a incerteza do futuro
e um pouco de poesia.
(Imagem: J Borges - Luar do sertão)
Na beira-mar
a restinga ainda existe
e resiste sobre as dunas,
entre as ondas e o luar,
nesse lugar continental
onde se vive a cantar.
Os sonhos mais belos ,
quiçá lúcidos
- delírios de vida -
quem sabe reais
ou surreais,
agora é um elo puro
nesse trem brasileiro,
no desejo rítmico
do pandeiro e do baião.
O sonho aprende a esperar
e suporta o tempo que passa
sentado à porta a delirar.
Enquanto,
o presente e o passado
seguem cegos
de mãos dadas
para um futuro,
ou se continua mudo
ou se salta
por cima do muro
mesmo no escuro.
Na aridez dos fatos
que tanto nos faz sofrer,
surge no portal do sertão
a beleza do arrebol.
O sol que arde e mata
é o mesmo que deixa
a Esperança linda
nesse verão tropical.
Amados ou não,
seguimos armados
com rosas nas mãos.
Então,
clareia o nexo
entre a restinga
e a caatingo
sob a luz desse novo olhar.
No sonho cabe tudo:
a beleza do desejo,
a dureza do dia a dia,
a incerteza do futuro
e um pouco de poesia.
(Imagem: J Borges - Luar do sertão)