Existência...

O sol já se levantava
e vinha derretendo as nuvens lentamente.

Do crepúculo matutino
chegava um gorjeio cheio de orvalho.

Fui à varanda. Meu olhar seguiu em vão
a melodia convidativa.

O palco estava camuflado pelos arbustos.

As notas rompiam as folhas
e, amplificadas pelo silêncio, eram oferecidas
ao custo tão somente do anonimato.

O passarinho não pretendia ser visto;
talvez nem mesmo ser escutado.

O passarinho apenas amanhecia
na mais plena expressão da sua existência.
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 16/02/2021
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