Sobre a (não) mudança
Os dias parecem repetidos
Na cadência de mesmas coisas e cenários.
Rotineiros hábitos e passos
Encontram um presente que reprisa o passado.
Paralisadas pela sensação de engessamento
A solidão e o tédio se alternam
Em trôpegos desencontros com o futuro
E tudo se perde, assim, de soslaio.
Os dias se sucedem, um a um,
Nesse descompasso na direção de lugar nenhum.
A mudança, para quem nada escolhe,
É a colheita de mais um dia comum.