ILUSÃO FLUTUANTE

No Bardaria

não há mais padeiro,

não há mais pão.

(Seria escassez de trigo

ou uma faminta insensatez?)

Na esquina, às quintas,

alimenta-me outra visão:

atemporal, transgaláctica,

de planícies lunares,

desertos marcianos

e erupções solares.

Pelas ruas e avenidas

desfila em saltos

[flutuantes]

a força motriz feminina.

(Geratriz cibernética

ou ninfa terráquea?)

Encena naquela paisagem,

visão futurista,

desejos que abraçam

todos os sexos,

inclusive os dos anjos.

É real ou delírio

em espírito holográfico

de outra dimensão?

(Delírio de fome,

já que não existe mais pão)

És o avatar

de um puro desejo

do amor que vagueia

nas esquinas?

Será minha sina

tua rítmica ilusão?