Metáfora do ardil poético
Certa vez um poeta do Parnaso
acordou uma linda borboleta,
que dormia, no fundo da gaveta,
naquele dia, quase por acaso.
-Que fazes tu aqui oh! borboleta!
Exclamou o poeta desdenhoso.
-Não vês que atrapalhas meu repouso?
Retrucou, prontamente, a borboleta.
Pegou-a o poeta, com veemência,
e arremeçou-a rumo à janela.
A borboleta, lívida e bela,
escarneceu com falsa inocência:
-Bendito sejas tu, parnasiano!
-Bendito seja o dom da poesia,
que ao abrir a gaveta, em que eu dormia,
me pôs em liberdade por engano.
A poesia nunca tem um plano,
mas dá asas ao verso, todavia.
Certa vez um poeta do Parnaso
acordou uma linda borboleta,
que dormia, no fundo da gaveta,
naquele dia, quase por acaso.
-Que fazes tu aqui oh! borboleta!
Exclamou o poeta desdenhoso.
-Não vês que atrapalhas meu repouso?
Retrucou, prontamente, a borboleta.
Pegou-a o poeta, com veemência,
e arremeçou-a rumo à janela.
A borboleta, lívida e bela,
escarneceu com falsa inocência:
-Bendito sejas tu, parnasiano!
-Bendito seja o dom da poesia,
que ao abrir a gaveta, em que eu dormia,
me pôs em liberdade por engano.
A poesia nunca tem um plano,
mas dá asas ao verso, todavia.