EM CADA GRÃO DE POEIRA
 
Enquanto este mundo carece de um sol
Eu não consigo saber onde e como estou
A vida é algo que não se leva na mochila
Mas que se colhe em cada grão de poeira.
 
Eu sou mais forte quando ergo as mãos
O céu azul encobre meus passos rápidos
A caridade definha diante dos meus olhos
Nesta cidade que desconhece a piedade.
 
A tarde que hoje me teceram é muito pálida
Arrancando as cores sedutoras das flores
Vou serpenteando entre casas e automóveis
Procurando pelo néctar inebriante da poesia
 
Esta carência de um sol segue noite adentro
E fortalece os fantasmas que fugiram da luz
Máscaras se confundem com rostos anêmicos
E as rotas que tracei pela manhã se apagaram.
 
Segue a cidade viva na queda de cada corpo
Os sonhos e as travessuras nutrem os bairros
Nossos segredos acendem estrelas nas almas
Mas em seus lodos florescem nossos dramas.
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 03/02/2021
Código do texto: T7175838
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