As sombras dos antigos chicotes.
É difícil acreditar na existência de uma nova incandescência, o brilho do antigo sol, preso a uma noite escura, o navio atravessando o mar para este lado de cá.
O açoite interminável, como gado sem pastagem, esperando o novo amanha despertar.
Deste modo, a recordação dos antigos chicotes, a única esperança o corpo preso a espada, como se existisse no lugar da cognição uma alma.
Assim sendo, se Jesus Cristo pudesse ser, a única utopia possível a mais profunda ilusão.
Com efeito, o grito desesperado, aleluia, aleluia, meu senhor Deus, a morte próxima ao brilho das estrelas.
Louvado então as vossas estátuas, as encruzilhadas do paraíso, além desta terra, algo muito distante do infinito.
O azul permeado de dor.
Século XVIII, dormir neste navio é como ter como esperança na morte, muito melhor que alimentar as baleias,
A sua misericórdia, o despertar das espadas, a revelação da cor dos vossos lábios.
A lentidão do movimento, deslizando na água tecendo o vento cortando a imaginação do que seria o futuro em um breve tempo.
Então melhor morrer que existir, o único modo de castigar quem inventou o oxigênio fazendo o coração bater.
A vossa esperança é um sujeito sem dente, os olhos vermelhos a cor da ideologia refletida.
Então espertamente o sorriso machucado pelo rosto, demorou um tempo, o mimetismo transformou-se em berro do começo da origem em grito ocidental.
Com efeito, tudo é verdade, os velhos chefes, os antigos patrões, de fato um novo brilho ressurgiu, entretanto, era antigo, todavia, são os vossos salvadores.
Agora não existe o tempo, muito menos o vento, a água ficou longe, pássaros voadores, entretanto, os donos das antigas tradições.
Deste lado de cá, o infinito não é azul, a noite não desperta na madruga, ainda sonha com a historicidade do passado, imaginado ter direito de dormir, mesmo estando amarrado em um poste, muito melhor que os velhos chicotes.
Edjar Dias de Vasconcelos.