Meu horizonte
A felicidade sempre foi o meu horizonte...
E para encontrá-la tentei usar a inteligência.
Apesar dos medos eu cruzei a velha ponte
Entre o destino e os sonhos com urgência...
Pra ser feliz eu tracei minhas metas ponderadas.
Segui os caminhos que julguei mais promissores.
Minhas atitudes eram sempre firmes e moderadas
Mas os meus desejos sempre foram abrasadores.
E quanto mais minha felicidade eu alcançava...
Mais dela eu carecia e buscava a imanência.
Sem perceber que ao fazê-lo dela me distanciava.
Pois inatingível é a sua circunstante permanência.
Passei a vida nesse processo infinito e ilusório
De concreto adquiri a ansiedade como encargo.
Agora sei que "ser feliz" é um instante provisório.
Em que a alegria torna doce o que era amargo.
Querer ser feliz o tempo todo é prova de insanidade.
A felicidade é um momento de "essência irrepetível".
Ela nos dá o ânimo para superar qualquer dificuldade
Mas seu caráter é passageiro e de posse inacessível.
Ela só existe em função do seu sentido mais oposto...
Pra ser feliz no reencontro terá que sofrer pela saudade.
Pra valorizar o perdão terá que suportar algum desgosto.
Sem a tristeza não há razão pra se buscar "Felicidade".
Adriribeiro/@adri.poesias
Poema baseado na palestra do Filósofo Mário Sérgio Cortella, presente no livro "Cortella e karnal e Pondé e Felicidade modos de usar", da Editora Planeta. Um valioso presente de Natal da minha amiga Josefa Leal em 2020.