Meu horizonte

A felicidade sempre foi o meu horizonte...

E para encontrá-la tentei usar a inteligência.

Apesar dos medos eu cruzei a velha ponte

Entre o destino e os sonhos com urgência...

Pra ser feliz eu tracei minhas metas ponderadas.

Segui os caminhos que julguei mais promissores.

Minhas atitudes eram sempre firmes e moderadas

Mas os meus desejos sempre foram abrasadores.

E quanto mais minha felicidade eu alcançava...

Mais dela eu carecia e buscava a imanência.

Sem perceber que ao fazê-lo dela me distanciava.

Pois inatingível é a sua circunstante permanência.

Passei a vida nesse processo infinito e ilusório

De concreto adquiri a ansiedade como encargo.

Agora sei que "ser feliz" é um instante provisório.

Em que a alegria torna doce o que era amargo.

Querer ser feliz o tempo todo é prova de insanidade.

A felicidade é um momento de "essência irrepetível".

Ela nos dá o ânimo para superar qualquer dificuldade

Mas seu caráter é passageiro e de posse inacessível.

Ela só existe em função do seu sentido mais oposto...

Pra ser feliz no reencontro terá que sofrer pela saudade.

Pra valorizar o perdão terá que suportar algum desgosto.

Sem a tristeza não há razão pra se buscar "Felicidade".

Adriribeiro/@adri.poesias

Poema baseado na palestra do Filósofo Mário Sérgio Cortella, presente no livro "Cortella e karnal e Pondé e Felicidade modos de usar", da Editora Planeta. Um valioso presente de Natal da minha amiga Josefa Leal em 2020.

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 31/01/2021
Reeditado em 31/01/2021
Código do texto: T7173208
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