Social sem dono
Eu sou filho do medo
Da lei que se cala
da cova que exala
o cheiro da morte
Da boca que fala
Mas nunca é ouvida
Sou filho do fato,
Do acaso e da vida
Da falta de sorte
da mão que castiga
sou gado de corte
sou filho da fome
sem pai e sem nome
Da bala perdida
Sou filho do voto
Do homem devoto
Que sempre acredita
Eu sou a verdade
Por muitos vivida
Eu sou a mentira
Que sangra a ferida
Mas não faz mal
Sou apenas uma foto
Que estampa um jornal.