Social sem dono

Eu sou filho do medo

Da lei que se cala

da cova que exala

o cheiro da morte

Da boca que fala

Mas nunca é ouvida

Sou filho do fato,

Do acaso e da vida

Da falta de sorte

da mão que castiga

sou gado de corte

sou filho da fome

sem pai e sem nome

Da bala perdida

Sou filho do voto

Do homem devoto

Que sempre acredita

Eu sou a verdade

Por muitos vivida

Eu sou a mentira

Que sangra a ferida

Mas não faz mal

Sou apenas uma foto

Que estampa um jornal.

Miro Homemnegro
Enviado por Miro Homemnegro em 30/01/2021
Reeditado em 06/02/2021
Código do texto: T7172030
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