SEM TINTA - Luiz Gilberto de Barros - Luiz Poeta.

Sou um jovem velho que resiste em não morrer precocemente...

Um jovem que viveu ainda tão pouco, louco por destinos promissores...

tão vazios e carentes de ínfimas,

mas sempre expressivas conquistas.

Sou um emérito sonhador de barbas brancas e cabelos beatlemaniacamente

longos e despenteados,

com óculos azuis redondos

sobre olhos cujos sorrisos ingênuos e inocentes

ainda se esgueiram míopes

e teimosamente brilhantes,

tentando driblar naturais e sonolentas fragilidades humanamente etárias

e ...incorrigivelmente... infantis.

Este é um pedaço verdadeiramente insatisfeito e às vezes inconfessável de mim mesmo.

Ah... esqueci de dizer... estou ouvindo e vendo,

lacrimejantememte,

o curta - A música segundo Tom Jobim.

Perdoem o desabafo...

Lágrimas também rabiscam poesia...

...que pena... sem tinta.

4h e 4min da manhã do dia 26 de Janeiro de 2021 de Cabo Frio, Rio de Janeiro.