VULTURA: VULTOS DA CULTURA

VULTURA: VULTOS DA CULTURA

Tenho de em mim alimentar o cão

Também tenho de alimentar o lobo

Sorver e navegar águas negras, azuis

Verdes, amarelas sob brancas nuvens

Que se desfazem em sonhos ágeis

Preciso traduzi-los em emoções nas

Monções que sugiram melhor cenário

O canário canta a canção da vida: amor

E regozijo talvez saído do medo. Ele

Sabe estar preso na arapuca no Sertão

E a pandemia do vírus não refresca

Seus carceireiros. A chuva não surge

No horizonte urge a esperança nuvem

Carreada de trovões e raios. Os ares

Carentes de oxigênio. Mentes caladas

Gritam alto pelas gotas que não vêm

Deus terá esquecido de nós ou é coisa

De desgoverno??? Somos cobaias no

Ensaio na escola de samba. Corruptos

Adiam ao máximo a picada da vacina

As crianças anseiam pelos parques

Os adultos sufocam. No ar viciado do

Sofá os políticos negacionistas fazem

Acontecer o pânico, negam a ciência

Para melhor ironizar a decência que

Neles inexiste. O feto aliado ao Mar

Dos Sargaços e à hora do vagido 1°°

De alguma forma sente o estar breve

Num mundo hostil. Algum tempo

Passado e aprenderá dar o nó, o nó

No cadarço do sapato. Ele ainda não

Traduz os mistérios dos Sargaços

Não sabe ainda que servirá de adubo

À Terra e seus orgasmos oceânicos

Sonhos sonhados em mil pedaços

Estará sozinho sem mais cuidados

Nenhum carinho à vista. A orquídea

Branca não nasce em algas castanhas

Sentimento sincero, a arte da leveza

Não mais faz parte do coração

Humano próximo ou distante. Filho

Da dor, por que todo esse horror

Que nada promete ao amanhã???

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 24/01/2021
Reeditado em 24/01/2021
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