ESPELHO II

ESPELHO II

Há um espelho

difícil de ser visto;

é o espelho da alma,

que poucos se importam

em ver-se nele.

Muitos se perguntam:

para quê olhar-me

num espelho íntimo

se não o vejo,

nem sei como o vê-lo?

Então, prefiro assim,

sentir-me bem,

vendo-me no espelho

que reflete meu corpo físico;

mesmo que ele,

com o tempo se gaste;

mas para mim,

enquanto não morro,

imagino que estou belo(a);

porque com a velhice

ou com a morte,

minha beleza física inexistirá.

Por assim dizer, explica-se

o porquê das almas

encarnadas ficarem de modo

crônico e vaidoso

diante do espelho

exterior; e o motivo

é a sua consciência ignara;

é a falta de cognição

acerca de seu corpo fluídico,

inseparável do Espírito;

que lhe reveste em vida

encarnada e desencarnada.

É o desinteresse

de olhar-se no espelho

da própria alma:

para espiritualizar-se,

para edificar-se,

para embelezar-se;

a fim de sentir e expor

a beleza real

de dentro para fora;

pela luz virtuosa

que irá refletir-se no corpo

físico; e após,

espelhar-se no perispírito,

quando o Espírito

estiver desencarnado.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 21/01/2021
Código do texto: T7164835
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