SIMPLIFICAÇÃO
Tem água que corre e que empoça, roça que seca e onde brota,
A rota nem sempre bate com o que precisamos, vamos adiante,
Sem vergonha do arrependimento, com desprendimento e força
Para encaminharmos a obra, a vida dobra a exigência, covardia.
Águas passadas não movem moinhos, disseram repetidamente,
Esqueceram da sede e das saudades, meias verdades estão aí,
Influenciando decisões, exigindo revisões, hora de baixar a bola
E dar o braço a torcer, viver é simplificar, pode apostar, é assim.
Cobram nossa alma, tá tudo bem, quanto ao amor, nunca terão,
Não levarão nem um vintém, também, abusaram da sorte, corte
É ferida que não cessa de escorrer, pode lamber à vontade, ver
O sangue coagular, limpar direitinho, cicatrizar, ferida não morre.
Os dias continuam os mesmos, os torresmos dormem na vitrine,
Café requentado, leite coalhado, pão amanhecido, tudo perdido,
Prêmio acumulado, preso inocentado, a liberdade cobra o preço
Dos anos em cativeiro, neste viveiro, poucos conseguem cantar.
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