Em presença da vida.

Chega um ponto nas nossas vidas

Em que as coisas se assemelham

A um breve conto, em que a gente espera

Que os ventos da estratosfera nos levem pra um canto

E que alguém nos conte os motivos dos risos e prantos

Sim, chega um ponto em que isso é preciso

Pois, depois de tamanha vivência

Chega a ser estranha a maneira

Que esses sonhos que passaram pela gente a vida inteira

Continuam indo e voltando

Como se fosse a nossa primeira manhã

Aquela, que de vez em quando se sonha com ela ainda

Pois que permanece muito mais do que se pensa

Presença constante nos dias que correm

Nas tardes que chovem

Depois das manhãs de Sol

Nas noites que morrem, com ou sem nossa anuência

Em presença da vida

Ou na vida sem nossa presença

Risos, prantos, surpresas

Lágrimas que passeiam sem nem pedir permissão

Pra que um dia a gente ria dos motivos

E depois se esqueça, a gente esquece

As respostas tem vindo no vento

Mas a gente não ouve

Não enquanto o vento ainda sopra

É assim que acontece a vida.

Edson Ricardo Paiva.