Possibilidades?

À minha volta palpita

Um universo de possibilidades

Pluralidades, singularidades...

Mas, lamento,

Falta-me o tempo

Para sorvê-las

Pois venho a ter com elas

A luz de velas

Com o que restou do meu

Ser

Massacrado

Por mais um dia condenado

À serviço do Mercado

(A alma, barata, a preço de atacado!)

Diante de mim se acumula

O lume do conhecimento

Para o qual, meu único

Momento

É em meu quarto pequeno

No pequeno quarto de hora

Antes do sono exausto

E de pouca demora...

Acima de mim as estrelas

Brilham

Mas meus olhos cansados

Se fecham, indiferentes,

Com enfado...

Eu tinha tantos caminhos

E, deles, todos

Me perdi

Agora, quedo-me aqui

A repetir os mesmos erros

Andando em círculos,

A branquear os cabelos

Pois nada mais tem importância

Não há o que decidir

Se o verbo é desistir!

Todos os caminhos levam, agora,

Ao meu ponto de estagnação

Onde, num eterno retorno

Encontro, a mim mesmo,

Nessa insólita prisão.

(Os castelos da mente

Tem prisões mais fortes

Do que as mais fortes prisões

Dos castelos das gentes).

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 08/01/2021
Código do texto: T7154846
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