Possibilidades?
À minha volta palpita
Um universo de possibilidades
Pluralidades, singularidades...
Mas, lamento,
Falta-me o tempo
Para sorvê-las
Pois venho a ter com elas
A luz de velas
Com o que restou do meu
Ser
Massacrado
Por mais um dia condenado
À serviço do Mercado
(A alma, barata, a preço de atacado!)
Diante de mim se acumula
O lume do conhecimento
Para o qual, meu único
Momento
É em meu quarto pequeno
No pequeno quarto de hora
Antes do sono exausto
E de pouca demora...
Acima de mim as estrelas
Brilham
Mas meus olhos cansados
Se fecham, indiferentes,
Com enfado...
Eu tinha tantos caminhos
E, deles, todos
Me perdi
Agora, quedo-me aqui
A repetir os mesmos erros
Andando em círculos,
A branquear os cabelos
Pois nada mais tem importância
Não há o que decidir
Se o verbo é desistir!
Todos os caminhos levam, agora,
Ao meu ponto de estagnação
Onde, num eterno retorno
Encontro, a mim mesmo,
Nessa insólita prisão.
(Os castelos da mente
Tem prisões mais fortes
Do que as mais fortes prisões
Dos castelos das gentes).