TUDO MUDOU
Vejo um pombo esgravatando
E um outro debicando
Nesta avenida deserta
Será que o mundo acabou
E a memória me desperta
A recordação que guardou
Ouço um pássaro cantando
E em mim vou interiorizando
Tudo o que o silêncio quebra
Um rumor vindo da estrada
Uma música, quase nada
Neste, fim de tarde negra
O mundo não acabou…
Será que o tempo parou!
E são somente memórias
Das quais retenho apenas
Umas vozes aleatórias
Impercetíveis, cantilenas
Será que falam de esperança
Para incutir confiança
Fazendo acreditar
Que dias melhores virão
Em que poderemos abraçar
Ou dar um aperto de mão