Ainda muito resta

AINDA  MUITO  RESTA

Já não terei outra metade

Nem por isso devo lastimar,

Quase sempre tudo muito bom

E acatar realidade

É lucidez, sabedoria,

Não cabe fazer bom esperar.

Tempo ganhou velocidade,

Em menos, trocamos idade,

Esperar devemos bem menos,

Já houve mais tempo que temos

E o relógio mais ligeiro

Mostra o ciclo derradeiro.

Não haverá muitos novembros,

Também janeiros e dezembros,

Mas todos que ainda virão

Têm que ser mais festejados,

Um futuro maravilhoso,

Ainda melhor que passado.

Pessimistas de mim discordem,

Não busco qualquer aceitação,

O peso dessa constatação

Cobra ser muito respeitado ;

O próprio tempo quem ensinou,

Ele sempre manda recados.

Do poema que é a vida

Ainda faltam muitos versos,

Que sejam eles desenhados,

Na poesia mergulhados,

Por que antes da rima final

Ainda há muito carnaval.

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AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 27/12/2020
Código do texto: T7145155
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