Qual sendo: estou?

O bom poeta de hoje, deve ser diferenciado

e melhor que o de ontem; e o de amanhã

ter por missão se aprimorar, ampliando

o eu estrutural, as reflexões noosféricas

e iterações com o meio e pessoas.

O cálice se depura, e cabe mais.

O mau poeta de hoje, deve ser dissociado

e igual ao de ontem; e o de amanhã

ter por missão, se divagar, amesmando

o eu solipsista, as reflexões periféricas,

e relações com a mídia e cifroes.

Cálice cheio, mais nada cabe.

O neutro poeta de hoje, deve ser entusiasmado

e indiferente ao de ontem; e o de amanhã

ter por missão, só versar, exaltando

o eu adestrado, as reflexões estéricas

e sem ilações com o Ser e/ou universo.

Cálice? Que cálice?

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 27/12/2020
Reeditado em 20/02/2021
Código do texto: T7145134
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