Vinte e poucos anos.
Me sinto sufocada
Aos vinte e poucos anos
No cronômetro dos humanos
Inundada, atormentada
Perdida em meio a escombros
Olho para o céu
Chega a ser cruel
A esperança que tenho de encontrar algo ou alguém
Que de alguma forma me faça de refém
As nuvens passam diante meus olhos
E eu me sinto pequena
diante toda essa cena
Talvez eu seja meio ingrata
A tempos não sinto gratidão
A tempos não sinto nada
Sinto saudades até das lágrimas
Da tristeza que apertava meu coração
em um nó
Como se fossemos uma só
Ao menos sentia
Hoje o nada me sufoca
Com suas mãos geladas
Me falta o ar
E nem uma crença consegue me salvar
Ao me deitar
Lembro que ainda me resta
a escrita
Coloco minhas mãos para trabalhar
A caneta e o papel conseguem demonstrar
Tudo aquilo que me falta
Tudo que eu queria falar
E aos vinte poucos anos
Me resta a poesia!
... Quanta ironia ....