Inexistência

De que sentirei falta,

Da vida, quando me for:

Do sol que aquenta a alma,

E até das dores de amor...

Do céu de azul pulsante,

Das nuvens a anunciar

As chuvas lavando a terra

Num grato purificar...

Do voo das gaivotas

Sobre o manto do mar sem fim,

De meus passos na areia fina,

Das águas batendo em mim...

Das noites de lua cheia,

Do brilho daquele olhar,

Da brisa me sussurrando,

Da poesia a palpitar...

De ouvir o canto da vida,

Na voz de um filho a chamar,

Do aconchego de um abraço,

De todas as formas de amar...

Das páginas de um livro aberto,

Das palavras a me enredar

Das histórias já terminadas,

E das que não lograrei completar...

De andar por outras paragens,

Do fascínio de viajar,

De trilhar por novos caminhos

De permitir à alma planar...

De tudo aquilo que hoje

Recebo ao despertar,

Do bem maior que é a vida,

Ah, quanta falta fará...

Rosiane Maria
Enviado por Rosiane Maria em 17/12/2020
Reeditado em 17/12/2020
Código do texto: T7137970
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