CAMALEÃO

O espetáculo não para

Para o ator respirar

E, se esquece da cena,

Tem que improvisar

O riso vem solto

A piada é de graça

Mas no seu interior

A tristeza não passa

Homem de carne e osso

Representa um papel,

Porque a luta diária

Não tem gosto de mel

Travestido no palco

Ele parece imortal

Mas quem pode dizer

Se ele está bem ou mal?

Nesse teatro da vida

Somos todos os atores

Mascarando as angústias,

Disfarçando nossas dores

E quando cai o pano

E o espetáculo finda

Vou lembrar que amanhã

A vida será mais linda.

Representei o papel

Do mocinho, galante

Do bandido cruel

E também o da amante

Sou um camaleão!

Quando abre a cortina

Nem me lembro mais de mim.

Está é a minha sina.

Cleusa Piovesan

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Cleusa Piovesan
Enviado por Cleusa Piovesan em 07/12/2020
Código do texto: T7129439
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