Catador de conchas

CATADOR DE CONCHAS

QUEIXO GRUDADO NO PEITO

PARA MUITAS  CONCHAS CATAR,

MÃOS TRÊMULAS ENGILHADAS,

PASSOS LENTOS, MUITO ANDAR ;

VELHO SAMBURÁ PESANDO

E AS PAISAGENS, MUDANDO.

CAMINHANDO TANTAS PRAIAS

NOTANDO O QUE IMPORTA ;

ONDE NÃO HÁ TANTA CONCHA

HÁ TEMPO PARA REFLETIR,

ENFADO COBRANDO PARAR,

VONTADE MANDANDO SEGUIR.

GRAÚDAS SÃO ALEGRIAS,

BONITAS, ENCANTAMENTO,

O VALOR DE CADA UMA

DEPENDE DO SENTIMENTO,

EM DIAS DE PAZ MANDANTE,

EUFORIAS DE INSTANTES.

ENTÃO CHEGA MARÉ CHEIA,

FICA DIFÍCIL ENCONTRAR,

MAS DESISTIR NUNCA CABE

E UM CATADOR BEM SABE ;

LONGAS LÉGUAS BEM VIVIDAS,

NUM TOSCO SAMBURÁ CABE.

AS TANTAS GRANDES E BELAS

QUE NA AREIA FICARAM,

ESCOLHEM SEUS CATADORES ;

SUBMERSAS OU ENTERRADAS

ATÉ SEREM ENCONTRADAS ;

CONCHAS COBRAM SER BUSCADAS.

SOMOS TODOS CATADORES

BUSCANDO FELICIDADE,

NA PRAIA GRANDE, A VIDA ;

SAMBURÁ, NOSSA HISTÓRIA,

LEMBRANÇAS DOS NOSSOS TEMPOS

TATUADOS NA MEMÓRIA.

AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 06/12/2020
Código do texto: T7129314
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