Catador de conchas
CATADOR DE CONCHAS
QUEIXO GRUDADO NO PEITO
PARA MUITAS CONCHAS CATAR,
MÃOS TRÊMULAS ENGILHADAS,
PASSOS LENTOS, MUITO ANDAR ;
VELHO SAMBURÁ PESANDO
E AS PAISAGENS, MUDANDO.
CAMINHANDO TANTAS PRAIAS
NOTANDO O QUE IMPORTA ;
ONDE NÃO HÁ TANTA CONCHA
HÁ TEMPO PARA REFLETIR,
ENFADO COBRANDO PARAR,
VONTADE MANDANDO SEGUIR.
GRAÚDAS SÃO ALEGRIAS,
BONITAS, ENCANTAMENTO,
O VALOR DE CADA UMA
DEPENDE DO SENTIMENTO,
EM DIAS DE PAZ MANDANTE,
EUFORIAS DE INSTANTES.
ENTÃO CHEGA MARÉ CHEIA,
FICA DIFÍCIL ENCONTRAR,
MAS DESISTIR NUNCA CABE
E UM CATADOR BEM SABE ;
LONGAS LÉGUAS BEM VIVIDAS,
NUM TOSCO SAMBURÁ CABE.
AS TANTAS GRANDES E BELAS
QUE NA AREIA FICARAM,
ESCOLHEM SEUS CATADORES ;
SUBMERSAS OU ENTERRADAS
ATÉ SEREM ENCONTRADAS ;
CONCHAS COBRAM SER BUSCADAS.
SOMOS TODOS CATADORES
BUSCANDO FELICIDADE,
NA PRAIA GRANDE, A VIDA ;
SAMBURÁ, NOSSA HISTÓRIA,
LEMBRANÇAS DOS NOSSOS TEMPOS
TATUADOS NA MEMÓRIA.