Eterno aprendiz.
O que é a vida senão um eterno recomeçar?
Um eterno renascer de teus escombros?
Viver é equilibrar-se dolorosamente entre
Razão e emoção,
Tentando entender tantos Desacontecimentos
Que acontecem entre o nascer e o morrer
Aliás, morrer de que meu Senhor?
Faz alguma diferença entre o bem e o mal
Se eu não sambei no carnaval
Nem chorei no funeral?
Tende dó de nós por favor,
Que já não suportamos tanta dor
Vagando qual zumbis
Pela vida mal vivida,
Mal amada,
Mal consumida
Eu não quero a comida
Eu não quero a bebida
Eu não quero consumir
Nem coisas nem pessoas
Só lutei buscando a minha essência
E eu estava lá
Por vezes distraída
Contudo sempre atenta a todo o mal
Que ronda o mundo, meu Deus,
Que lambe as botas do soldado,
E o chinelo do vagabundo,
Tentando do mal me proteger,
Criando escudos com lágrimas coloridas
Nos meus lápis de cor
Vomitando no computador verdades não ditas
Porque não seriam entendidas,
Pelos que têm ouvidos moucos
E fogem de si como do diabo na cruz
Imitando avestruz
Colocando no rosto a máscara adequada
Para encobrir a dor disfarçada.
E apesar de tudo, alguns, poucos,
Recomeçam todo o dia, toda a hora, minuto a minuto
Porque viver sem olhar para dentro de si
Significa morrer.