0DE ESTARÁS, MEU DOCE AMIGO, TERNA AMIGA - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros

0NDE ESTARÁS, MEU DOCE AMIGO, TERNA AMIGA ? - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros Rio de Janeiro Brasil.

A gente some por uns dias, quem nos ama

Percebe o drama e se preocupa... desconfia.

Mas quando emperra mecanismo da Poesia,

Só quem se move é o sentimento que reclama.

Onde estarás, meu doce amigo... terna amiga ?

...Deus se abriga em sublimes pensamentos

E é na ternura mais feliz de alguns momentos,

Que o nosso amor pensa na dor que o abriga.

A vida chama, quando a solidão se cansa

Ou quando o outro vê um homem num poeta.

O equilibrista faz da corda, a sua meta,

Mas é o vento que sacode a esperança.

A gente some sem sumir, quando a imagem

Ou a palavra dão tanto contentamento,

Que a saudade presa em cada isolamento

Sente que falta cor e brilho na paisagem.

Amar o outro é descobrir-se, descobrindo

Que é colorindo a ternura feita a dois,

Que a carência não deixa para depois,

O mesmo sonho que o amor vai construindo.

O mundo gira... e, na sua engrenagem,

A maquiagem que desbota, só tatua

A solidão frágil do amor na pele nua

Porém as cores fraternais sempre reagem.

Quem se ocupa com viver alegremente,

Não se preocupa com lições de auto-estima,

Vive o presente e só se vale da esgrima

Para matar a imposição mais insistente.

Quando sumimos, quem reclama a nossa ausência,

Com veemência, às vezes nunca imagina,

Que a mão de Deus é sempre a que nos repagina,

Compreendendo nossa própria consciência.

De cada irmão que como nós adora a vida,

Agradecemos a honesta oração,

Mas compreendemos que é de Deus, a provação

Porque sabemos que o Senhor nunca revida.

Eu não sumi, querido ser, tu não sumiste,

Pois toda vez que um de nós dois se separar,

Cada sorriso que surgir em nosso olhar,

Há de mostrar que eu não parti... e nunca partiste.

...às 9h e 6min do dia 25 de novembro de 2020 do Rio de Janeiro, aguardando a consulta médica - publicado no Recanto das Letras.

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