Minha vida, minha arte

Não falo de ninguém na minha arte.

Não falo porque não é do meu feitio.

Falo só de minha vida em toda parte.

Do meu medo, meu tédio e meu fastio.

Não há uma só linha nem um só nome,

Em que cite esse mal que é meu tormento.

Como dizer se não sei quem me consome.

Ou o que está motivando o meu lamento.

Só sei que esse mal é real pois eu o sinto.

Mesmo que outros não o vejam como eu vejo.

Talvez acreditem que invento tudo ou minto

Me vangloriar, tem quem acredite que desejo.

Se a minha poesia é uma afronta ao universo.

Pelo menos que ela seja bem compreendida.

Mesmo que tenha que explicar em cada verso.

Que a minha arte é sempre falar da minha vida.

adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 14/11/2020
Reeditado em 02/12/2020
Código do texto: T7111834
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