Minha vida, minha arte
Não falo de ninguém na minha arte.
Não falo porque não é do meu feitio.
Falo só de minha vida em toda parte.
Do meu medo, meu tédio e meu fastio.
Não há uma só linha nem um só nome,
Em que cite esse mal que é meu tormento.
Como dizer se não sei quem me consome.
Ou o que está motivando o meu lamento.
Só sei que esse mal é real pois eu o sinto.
Mesmo que outros não o vejam como eu vejo.
Talvez acreditem que invento tudo ou minto
Me vangloriar, tem quem acredite que desejo.
Se a minha poesia é uma afronta ao universo.
Pelo menos que ela seja bem compreendida.
Mesmo que tenha que explicar em cada verso.
Que a minha arte é sempre falar da minha vida.
adriribeiro/@adri.poesias