Homo Sapiens
É uma espécie incrível, admirável e bem criativa,
mesmo sendo gêmeos algo os diferencia.
Quase indomável é a espécie em destaque no topo,
quem acendeu a fagulha manipula o fogo.
Nada como peixe, voa como ave, desbravou as
geleiras, superou recordes, demonstrou resistência.
Ponte, arranha – céu, controle de bactérias,
engenharia, arquitetura, medicina moderna.
A roda ganhou tração e o mustang corre no asfalto,
motores ultrapassaram o galope de cavalos.
Hoje os mandamentos viraram textos digitais, o
maquinário deu cabo dos serviços braçais.
Pequeno passo, grande avanço e o progresso
decola, em tempo real a mensagem chega
remetente Europa.
Realmente as pedras falam basta clicar um botão,
milhas em segundos através da comunicação.
Extraordinário atingiram o apogeu, mesmo limitado
o Homo Sapiens surpreendeu.
Um tanto surreal pensar na idade da pedra, a
espécie que anda ereta agora esbanja na era
moderna.
Trabalhar o ferro é fácil quero ver aprender a amar, é um fardo pesado demais pro ombro suportar.
Falam de sentimento como se fosse algo banal, já
não há emoção tudo é artificial.
Se houvesse empatia a chibata não estralaria, o
campo de concentração na história não existiria.
O estrondo ainda ecoa no túnel auditivo, o medo é
acionado sensível como um gatilho.
Se as ondas falassem contariam segredos, o mar
testemunhou a passagem do tumbeiro.
E nada pode fazer pra conter o embecil, que
amarrou meu semelhante e o lançou do navio.
Por amor ao poder não com o poder do amor,
ambição desenfreada alguém se atropelou.
Espécimes em fileira e armas apontadas, nem se
quer questionaram a ordem do canalha.
Não venha me falar de evolução meu querido,
ainda somos animais com instintos primitivos.
A espécie que encantou, desapontou o Criador,
por trás da magnitude gemidos de dor.