SEM CORPO, SEM ROSTO SEM CASTA - Luiz Gilberto de Barros - Luiz Poeta.

SEM CORPO, SEM ROSTO SEM CASTA - Luiz Gilberto de Barros - Luiz Poeta.

A minha língua é lusa, índia e africana...

A minha pele é negra, branca e é morena,

Minha estatura é grande, média ou pequena,

Porém meu sangue é vermelho e não me engana.

O meu cabelo é crespo, liso e ondulado...

E minha lágrima é salgada e cristalina,

O meu amor repousa na minha retina,

Mas quando acorda, desperta quem mora ao lado.

Sou brasileiro, do arco íris, tenho as cores,

As minhas dores são melhores ou piores

Que tantas outras, convivo com meus suores

e quando posso, reinvento meus amores.

A minha alma não tem corpo roupa ou casta,

amar me basta, só preciso de um irmão

que pulse dentro do meu próprio coração,

pois minha dor, ao ver o amor, sempre se afasta.

Quem me estima, não compara, não precisa,

meu riso avisa toda vez que esse alguém vem,

e é esse amor sem casta ou cor que faz o bem,

que me convém, pois meu amor nunca agoniza.

Minha etnia é filha de todo mundo,

basta um segundo do melhor do meu irmão,

Para que eu veja, nele, o mesmo cidadão,

que faz, do irmão, o amor fraterno mais profundo.

Por isso, amigo, somos todos tão iguais,

que os ideais que tu possuis são como os meus

e se apelamos, ao sofrermos, por um Deus,

o nosso Deus é quem nos dá a mesma paz.

Às 15h e 21min do dia 9 de novembro de 2020 do Rio de Janeiro Brasil - registrado no Recanto das Letras.

LUIZ POETA
Enviado por LUIZ POETA em 09/11/2020
Código do texto: T7107621
Classificação de conteúdo: seguro