A PELE INVEROSSÍMIL DA POESIA
A PELE INVEROSSÍMIL DA POESIA
A sonora melodia do cantar seus versos
Simetria, afinação, eurritmia, uivos, rugidos
Imitas a Yoga dos felinos, do gato leo pardo
A sensível comoção dos pintores de lupanares
Travessia impressionista da luz nas telas azuis
Miolo de pão de Joãozinho e Maria traçam
O caminho sem volta, alegria do cântico
De passarinhos que lhes dizem no gesto
Que a vida não deve ter tornada, igual elas
As águas do rio que jamais serão as mesmas
Versos harmonizam os contra e os contrários
Tocados pela simetria da oração de plasma
Sigam poetas, criem novos, outros passos
De versos vestígios na fluidez do Tempo
Criem universos paralelos: desiludam-se
Distanciem-se da antiga música. Aliem-se
À ressonância das musas, à perigosa
Desespiritual idade do canto das sereias
Ceda as tumbas aos seus cadáveres, viva
Seu momento de bizarra imortal idade
A simples cidade da alma não busca visão
Ilusória. Faça sua própria história: real
Original idade de todas as memórias
O longínquo espaço tempo projeta-se
Ao mesmo tempo futuro e passado
O presente é tua presença entre aliens
Eles nasceram para desamar. Estás
Mesmo sozinho no grande oceano
Longínquo de tuas sutil lezas. Eles,
Os malefícios, que não te molestem
Nem te sequem a fonte da juventude
O espírito não envelhece nem morre
O espírito intercósmico dos príncipes
Das potestades não é para ti. És distinto
A nostalgia é pra quem vive de larvas
O espírito é invisível para os olhos
Os mais próximos e mais antigos. Deves
À consciência desperta de quem sabe
Estar no mar imenso da Quimera
Do desatino, da fantástica e profunda
Idade na cidade e cidadelas do Absurdo.