O CHÃO
Quantas “gotas” de mim, por ali ficaram!
O mesmo chão que muitos pés pisaram
Terra firme, um pedaço de mim.
Pó que me compõe
E se impõe
Embaixo dos meus pés.
Histórias que ali se fizeram
Invenções que verdades não eram,
E segredos que por ali se fizeram.
Um chão que suporta meu peso,
Não apenas o peso do corpo,
Mas o peso de mim.
Chão que um dia foi mata ou montanha
Rico em sua entranha
E agora onde eu piso, dou riso,
E nem me estranha.
Sou do mesmo chão.
E nem me dei conta,
Que minha essência morre,
A cada vez que piso,
Sem atenção.
O peso da inconsciência
E da indecência
É o peso que depreda o chão.
Ênio Azevedo