O HÁLITO DAS SOMBRAS
Na manhã que escapa ao controle
há um cordame bordado de lumes
ao vento de viver o corpo em animação
aureola-se de música a Poesia,
bailarina de enternecida lucidez.
Trêmulas mãos engendram a desesperança
o cálice trágico da sanidade transeunte.
Entretanto, tementes, mais nada somos
o velejar é um fútil perpassar: o de se despir
à demonstração dos temporais do cortejo.
Todo gozo é santa temperança
mercê do querer aleatório aos tropeços
saúdo o insone hóspede desde o nascimento
– o alter ego andarilho das finitudes.
MONCKS, Joaquim. POESIA A CÉU ABERTO. Obra inédita, 2020.
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