À PROCURA
 
Sinto-me o azul profundo do mar
Nada me faz sossegar, escrevo
Preciso urgente descarregar
Esse sentimento da cor da noite
Na mais profunda da caverna
Que se transformou meu viver
Busco uma saída nas madrugadas
Sinto minha alma carregada demais
Quem poderia ouvir ou responder
Aos meus inúmeros e constantes ais
Preciso aportar em um cais seguro
Estou em um navio sem destino juro
Não sei chegar em um porto está escuro
Não sei se é meu transporte garantido
Pode ser que pelo teu amor aporto
de qualquer jeito eu sei que volto
A vida não é a mesma faz tempo
Sinto que não tenho mais ilusão
Por isso sempre invento um jeito
De te trazer de novo para mim
Não dá mesmo para ficar à espera
Porque como uma estrela bela e fria
Tu me olharias, mas não me verias
Tu és minha barra assimétrica
Sem ti sou poema sem métrica
Fátima Sá Sarmento
Enviado por Fátima Sá Sarmento em 28/10/2020
Reeditado em 09/12/2020
Código do texto: T7098539
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