MUNDO VIGENTE
MUNDO VIGENTE
Não há mundo
vigente
que me obstrua
de viver a arte
poética;
como a alma
que se deleita,
pelo bom senso
que lhe nutre
a reforma íntima,
tão difícil
de efetivar-se.
Não faço
as palavras
e nem preciso
as fazer;
elas já existem
e se põem
no texto por mãos
artesãs, oriundas
do mundo íntimo;
que não se atém
à vida carnal
efêmera,
mas se ilimita
em seu eterno viver.
O mundo da arte
escrita,
não se aprisiona
no mundo vigente;
porque é livre
pra criar volitando,
no além dos orbes
celestes. Então,
o mundo em vigor
é, por assim dizer,
um reflexo da alma
inferior, mas não
o é, decerto, da alma
que faz a arte
escrita com amor.
Adilson Fontoura